Língua Portuguesa

Língua Portuguesa
Analistas Pedagógicos: Alessandro, Taniele e Oswaldo

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As questões a seguir baseiam-se nos textos apresentados abaixo:

No dia 1º, o fiscal me impediu de expor na feira do Trianon. Me inscrevi em 2004, fiz teste de aptidão, paguei taxas de uso de solo e de licença, e comecei atrabalhar na semana seguinte. O juiz que cassou a liminar provavelmente nem leu o processo. Nossa advogada anexou documentos provando a legalidade dos expositores  - que estão com problemas porque funcionários da Prefeitura perderam os documentos de quem fez teste em 2004. Nós, artesãos, criamos objetos de arte considerados cultura no mundo todo - menos no Brasil. E, aos 63 anos, não tenho perspectiva de conseguir outro trabalho.

José Eduardo Pires
Vila Maria Alta
 
A Prefeitura responde:

Com referência à feira do Trianon, jamais houve perda de documentos. No início de 2006, a Sub Pinheiros entregou as pastas de documentação para a Sub Sé. Na análise técnica do material, viu-se que havia expositores trabalhando irregularmente, sem que as aprovações fossem publicadas no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, obrigatórias para que a comunidade saiba quem foram os aprovados e as atividades para as quais estão autorizados.

Andrea Matarazzo
Secretário das Subprefeituras e Subprefeito da Sé 
(São Paulo Reclama. O Estado de S.Paulo, 12 de agosto de 2007, p. C2)

01. A carta do leitor identificado acima tem a finalidade de:

(A) defender a venda de produtos de artesanato, como símbolos de cultura.
(B) queixar-se do fato de ter sido impedido de trabalhar numa feira de artesanato.
(C) dirigir-se ao juiz que desconsiderou as razões apresentadas por uma advogada.
(D) solicitar a interferência de uma advogada para defender seus direitos.


02. A Prefeitura defende a tese de que:

(A) os funcionários devem ser responsabilizados por terem desviado documentos, prejudicando os artesãos queixosos.
(B) os fiscais se precipitaram ao impedir o funcionamento da feira de artesanato antes de encontrarem os documentos perdidos.
(C) os artesãos queixosos aparentemente têm razão suficiente para reclamações, mas os responsáveis já estão tomando as medidas cabíveis.
(D) os requisitos legais exigidos para expor e vender trabalhos na feira de artesanato devem ser cumpridos por todos os envolvidos nessa situação.


03- É correto afirmar que o reclamante é:

(A) um idoso, sem outra alternativa qualquer de trabalho.
(B) uma autoridade responsável pelo cumprimento das leis.
(C) um funcionário, acusado de ser o responsável pela perda de documentos.
(D) um fiscal, que justifica sua atitude em fazer cumprir ordens superiores.

04- O argumento apresentado pelo remetente da carta ao jornal, para defender sua licença de trabalho, está no fato de que:



(A) é um artesão, que cria obras de arte reconhecidas no mundo inteiro.
(B) é um idoso que deve ser tratado com mais respeito por pessoas mais jovens.
(C) cumpriu todas as exigências legais necessárias, junto à Prefeitura.

(D) ignora o fato de o juiz ter tomado conhecimento das medidas adotadas contra ele.

05-Considerando-se a carta do leitor e a resposta da Prefeitura, é correto afirmar que:

(A) ambas apresentam a mesma opinião referente à proibição de trabalhar numa feira.
(B) elas divergem quanto à origem do problema surgido com a fiscalização do trabalho
(C) o Subprefeito aceita a opinião do Remetente, propondo-se a autorizar seu trabalho.
(D) a opinião da Advogada dos queixosos é idêntica à dos funcionários da Prefeitura.
 

HABILIDADES A SEREM AVALIADAS/GABARITO:
1. Identificar a finalidade do texto, considerando seu gênero, estrutura, tema / assunto, possível interlocutor / leitor. B
2. Identificar a tese defendida pelo autor no texto. D
3. Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor do texto. A
4. Estabelecer relação entre a tese e os argumentos apresentados para defendê-la. C
5. Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas a um mesmo fato. B

ATIVIDADES A PARTIR DE UMA CRÔNICA

MEDIDAS, NO ESPAÇO E NO TEMPO DE ESTANISLAW PONTE PRETA
Sérgio Porto

       A medida, no espaço e no tempo, varia de acordo com as circunstâncias. E nisso vai o temperamento de cada um, o ofício, o ambiente em que vive.
       Nossa falecida avó media na base do novelo. Pobre que era, aceitava encomendas de crochê e disso tirava o seu sustento. Muitas vezes ouvimo-la dizer: – Hoje estou um pouco cansada. Só vou trabalhar três novelos.
       Nós todos sabíamos que ela levava uma média de duas horas para tecer cada um dos rolos de lã. Por isso, ninguém estranhava quando dizia que queria jantar dali a meio novelo. Era só fazer a conversão em horas e botar a comida na mesa sessenta minutos depois.
       Os índios, por sua vez, marcavam o tempo pela lua. Isso é ponto pacífico, embora, há alguns anos, por distração, eu assistisse a um desses terríveis filmes de carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dos quais, com relógio de pulso.
       Sim, os índios medem o tempo pelas luas, os ricos medem o valor dos semelhantes pelo dinheiro, vovó media as horas pelos seus novelos e todos nós, em maior ou menor escala, medimos distâncias e dias com aquilo que melhor nos convier.
       Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou. Para a maioria, a escuridão durou duas horas; para Raul, não. Ele, que se prepara para um exame, tem que aproveitar todas as horas de folga para estudar. E acaba de vir lá de dentro, com os olhos vermelhos do esforço, a reclamar:
      – Puxa! Estudei uma vela inteira.
      Comigo mesmo aconteceu de recorrer a tais medidas, que quase sempre medem melhor ou, pelos menos, dão uma idéia mais aproximada daquilo que queremos dizer. Foi noutro dia quando certa senhora, outrora tão linda e hoje tão gorda, me deu um prolongado olhar de convite ao pecado. Fingi não perceber, mas pensei:
      “Há uns quinze quilos atrás, eu teria me perdido”.
(In Flora Bender e Ilka Laurito, Crônica: história, teoria e prática. São Paulo: Scipione, 1993, p. 96-97)

1. Assinale a alternativa que contém a tese da crônica:

(A) “Para a maioria, a escuridão durou duas horas; para Raul, não”.
(B) “Era só fazer a conversão em horas e botar a comida na mesa sessenta minutos depois”.

(C) “Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou”.

(D) “todos nós, em maior ou menor escala, medimos distâncias e dias com aquilo que melhor nos convier”.
 
2. Indique o argumento que justifica a tese apresentada na crônica:

(A) A avó do cronista era pobre e sabia fazer crochê muito bem.
(B) Índios só usam relógio em filmes de Oscarito.

(C) Dependendo de nosso interesse, podemos marcar o tempo não só com o relógio.

(D) Quando há problemas na Light, a luz falta.
 
3. A frase “Pobre que era” que se relaciona com “aceitava encomendas de crochê”, indica:



(A) tempo.

(B) causa.

(C) modo.

(D) consequência.
 
4. Assinale a alternativa em que o humor aparece mais acentuado:



(A) ”Nossa falecida avó media na base do novelo”.

(B) “terríveis filmes de carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dosquais, com relógio de pulso”.

(C) “Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou”.
(D) "Os índios medem o tempo pelas luas".
 
5. Leia o trecho. Os índios, por sua vez, marcavam o tempo pela lua. Isso é ponto pacífico, embora, há alguns anos, por distração, eu assistisse a um desses terríveis filmes de carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dos quais, com relógio de pulso.

Indique a palavra ou expressão que possui o mesmo sentido de “ponto pacífico”, no texto:

(A) indiscutível.

(B) o que me consta.

(C) em situação de paz.
(D) questionável.
 
6. Releia no texto as frases a seguir.
1. “– Hoje estou um pouco cansada. Só vou trabalhar três novelos.”
2 “– Puxa! Estudei uma vela inteira.”
3. “Há uns quinze quilos atrás, eu teria me perdido".


Observe os sinais gráficos, travessões e aspas, e assinale a afirmação correta:


(A) O autor se utilizou de travessões e aspas simplesmente como recurso estilístico.

(B) Os travessões (nos dois primeiros exemplos) são usados devido a medidas diferentes.

(C) Nos dois primeiros casos, há travessões para indicar a fala das personagens dentro da narrativa.

(D) O uso das aspas e do futuro do pretérito, “teria”, no último exemplo, deve-se à necessidade do autor em enfatizar o tema da crônica.
 
HABILIDADES AVALIADAS JUNTAMENTE COM AS RESPOSTAS:
1. Identificar a tese defendida pelo autor no texto. D
2. Estabelecer relação entre a tese e os argumentos apresentados para defendê-la. C
3. Estabelecer relações lógico-discursivas, marcadas no texto pelo uso de advérbios, conjunções, pronomes, tempos verbais etc. B
4. Inferir os efeitos de ironia ou humor no texto. B
5. Inferir o sentido de palavra ou expressão no contexto do texto. A
6. Inferir o efeito de sentido produzido no texto pelo uso de pontuação expressiva ou de outras notações gráficas. C



SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Caros colegas professores de Língua Portuguesa,

acessem o link - PROJETO REDIGIR, em seguida Atividades. São atividades riquíssimas com foco em Leitura, Compreensão e Produção Textual.


Equipe de Língua Portuguesa - PIP/CBC/Mahuaçu

TIPOLOGIA TEXTUAL

TIPOS TEXTUAIS: Designam uma sequência definida pela  natureza lingüística de sua composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas.

Narração
Descrição
Argumentação
Injunção
Exposição


GÊNEROS TEXTUAIS: São os textos materializados encontrados em nosso cotidiano. Esses apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal.

Carta pessoal, comercial, bilhete

Diário pessoal, agenda, anotações


Romance


Resenha


Blog


E-mail


Bate-papo (Chat)


Orkut


Vídeo-conferência


Fórum


Aula expositiva, virtual


Reunião de condomínio, debate


Entrevista


Lista de compras


Piada


Charges


Carta do Leitor

Artigo de Opinião


Tirinhas

Manual de Instrução


Poema

Anúncio Publicitário


Sermão


Cardápio

Horóscopo


Instruções de uso

Inquérito policial

Telefonema etc.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ESCREVENDO O FUTURO

Para ler um texto não basta identificar letras, sílabas e palavras: é preciso buscar o sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.Quando lemos algo, temos sempre um objetivo: buscar informação, ampliar o conhecimento, meditar, entretermos. O objetivo da leitura é que vai mobilizar as estratégias que o leitor vai utilizar. Ler textos traz desafios para os alunos. Para vencê-los é fundamental a mediação de um professor que deve ajudá-los a gradativamente compreender diferentes gêneros textuais por meio da leitura individual e autônoma. Algumas estratégias podem facilitar essa conquista, uma delas é a leitura cativante, emocionada, enfática feita pelo professor.Contudo, ouvir textos lidos em voz alta não pode substituir a leitura dos alunos, pois são jeitos diferentes de conhecer um mesmo texto. Além disso, é papel da escola desenvolver habilidades de leitura.
(Revista Olimpíada de Língua Portuguesa)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Manifesto por um Brasil literário

"Que fique no professor um gosto muito grande de poder juntar-se a outros que tecem o brilho das manhãs e que entoam, como poesia também, o canto das madrugadas. O dia, como num grande coro, terá a voz de muitos, de cada vez mais outros; que sabem que podem falar, que podem ouvir, que podem até ler e escrever as páginas que vão compor a história. Porque a ninguém está negado o direito à voz, o direito à palavra, que, dizendo de todos nós, é semente e será fruto. Tecendo a manhã"
Irandé Antunes
UECE